Julgamento histórico acaba em condenação para os três acusados da execução de Matheus Xavier Coutinho
Quinta, 20 de julho de 2023 às 18:15O julgamento pela morte do estudante de Direito Matheus Xavier Coutinho foi encerrado ontem (19/07), com a condenação dos três acusados Jamil Name Filho, Vladenilson Olmedo e Marcelo Rios, após três dias de instrução e debates em Plenário. O Conselho de Sentença decidiu pela procedência da ação penal, à exceção do crime de receptação em relação a dois dos réus, condenando-os a penas de 23 anos e 6 meses de reclusão (Jamil Name Filho), 21 anos e 6 meses de reclusão (Vladenilson Olmedo) e 23 anos de reclusão (Marcelo Rios), em regime fechado.
A força-tarefa formada por investigadores do Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crimes Organizado (Gaeco) e policiais do Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Banco, Assalto e Sequestros), entre outros agentes, concluiu que Matheus Coutinho Xavier foi morto por engano. O alvo da operação seria seu pai, o policial militar reformado Paulo Roberto Teixeira Xavier. Conforme apurado pela força-tarefa, Paulo Roberto era considerado pela família Name como um traidor. O estudante foi assassinado no dia 9 de abril de 2019, com sete tiros de fuzil AK-47.
No último dia do julgamento, os promotores de Justiça do Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul (MPMS) relembraram a frase “De picolezeiro a governador. Vai ser a maior matança do MS”, marca da Operação Omertá, responsável pela investigação da morte do estudante. Na sequência, os membros do MP expuseram as provas e argumentos de acusação, além de presentear a mãe de Matheus, Cristiane Coutinho, com uma beca com o nome da vítima. Cristiane é advogada e atuou também como assistente de acusação do caso.
Operação Omertá
A morte de Matheus foi um dos crimes investigados pela força-tarefa da operação Omertá, deflagrada em 27/9/2019, pelo MPMS, por intermédio do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (GAECO), e a Força-Tarefa da Polícia Civil, assistidos pelo Grupo de Repressão a Assaltos e Sequestros (Garras) e por militares do Batalhão de Choque de Operações Especiais (BOPE) da Polícia Militar.
O termo Omertá que dá nome à operação vem da língua napolitana e define um código de honra de organizações mafiosas do sul da Itália. Fundamenta-se num forte sentido de família e em um voto de silêncio que impede cooperar com autoridades policiais ou judiciárias, seja em direta relação pessoal como quando fatos envolvem terceiros.
Nota Pública
A ASMMP emitiu uma nota parabenizando seus associados e demais participantes do julgamento. Clique aqui para ler.